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O Canto da Cigarra Em Havana
“… Por isso fico emocionada mesmo quando penso que tive o privilégio de ter sido convidada por Chico Buarque para ir a Cuba e com ele me apresentar para um público de um lugar absolutamente diferente de nossa realidade. Por outro lado, também voltei aconchegada psicológicamente porque ele me conheceu melhor. Isso foi importante para mim. Ele conheceu a pessoa que eu sou, antes só conhecia a cantora … e pode constatar que seu objetivo é o meu também e que não estamos tao sozinhos em nossas investidas de vida …”Jornal O Globo, 11.08.1979
O material a seguir é relacionado a dois momentos de Simone em Cuba: 1979, quando esteve com um grupo de artistas brasileiros para participar do ‘Carifiesta’, em Havana – e 1993, para gravar com Pablo Milanes, também em Havana, a música ‘Yolanda’ para o especial ‘Simone – 20 Anos’ (Rede Globo).
FOTOS
1979 | EMBARQUE PARA CUBA
Chico Buarque, Djavan, Simone, Marieta Severo, Silvio Rodrigues e o produtor Guilherme Araújo. Os artistas se apresentaram no ‘Carifiesta’, em Havana, juntamente com Zezé Mota, Gonzaguinha, Walter Franco, e outros.
Fotos: Instituto Tom Jobim/Acervo Chico Buarque
IMPRENSA
Impressões de Simone relacionadas ao que viu e sentiu em Cuba, em 1979, quando esteve na ilha pela primeira vez, ao lado de vários artistas brasileiros, para participar do ‘Carifiesta’. Há também uma nota, de 1993, quando esteve em Havana para gravar com Pablo Milanes a música ‘Yolanda’ (Pablo Milanes – versão Chico Buarque), incluída no especial ‘Simone – 20 Anos‘ (Globo, 1993).
Jornal O Globo, 11.08.1979
“Mas a maior emoção sentida como cantora foi no dia que acompanhou Chico Buarque e Milton Nascimento. A viagem a Cuba no mês passado talvez tenha sido a segunda: – Foi um convite engraçado, feito de repente. Tinha um almoço marcado com o Toninho Moraes para discutir negócios. Como estava em Itaipu, me sentindo mal, telefonei para ele avisando que seria difícil encontrá-lo. Dali a pouco ele me liga dizendo que o Chico (Buarque) estava lá e que eu não deveria deixar de ir. E a primeira pergunta que ele me fez foi “Quer ir para Cuba?” Fiquei sem dormir dias. E fomos. A viagem já foi uma coisa. tenho horror a avião e não consegui encontrar meu mentor espiritual antes de embarcar. Mas se algo fosse acontecer, eu seri avisada. Daí, falei para a Marieta que também tem medo: Tudo bem”. O grupo foi convidado para participar de um festival de música com países do Caribe. Cada um tinha sua noite de gala, duplicada no caso do Brasil, já que os cubanos adoram música brasileira. Cada um de nós cantou três músicas. escolhi ‘O que Será’, ‘Começaria Tudo Outra Vez’ e ‘Tô Voltando’. Fizemos ainda duas apresentações no Teatro Karl Marx e fomos convidados para uma recepção com Fidel Castro. Ele apertou nossas mãos e brincou com o gravador que o Djavan carregava: “Por causa isso é que o Nixon caiu, oh!!!”. Assistimos também ao carnaval cubano com desfile de carros alegóricos e fiquei emocionadíssima quando uma delegação cantou ‘Aquarela do Brasil’. Sou uma pessoa que adora o Brasil. Havana parece-se com Recife, aquele clima bem tropical, alegre”.
Jornal do Brasil, 13 .08. 1979
“Fomos convidados pelo Chico para integrar um grupo de cantores, compositores e músicos para participar do Festival do Caribe, em Cuba. Fomos apresentando um show em que cada um cantava seu trabalho. Essa viagem me valeu muito, não somente pelo fato de conhecer o que conheci, como também pelo fato de conhecer pessoas daqui, que infelizmente, não temos contatos , pela falta de contatos mesmo. Gente tipo Chico, Marieta- que é uma pessoa linda, maravilhosa e que foi uma das coisas mais importantes dessa viagem – Zezé Mota, Djavan, Walter Franco e mais Nelson Ayres (piano), Jotinha , com mais dois maestros e William (baterista). Fizemos um show- em cada país havia uma noite de gala. E a nossa foi numa sexta feira, chamada uma noite brasileira. Houve uma outra com todos os países e mais uma outra, É um lugar incrível, maravilhoso. Conheci músicos e pessoas. Conheci também o “homem” Fidel – pessoa simples, bonita. Homem íntegro, honesto, confiante, maravilhoso, muito bonito ele e o povo. Dei um disco para o Fidel, apertei a mão dele, e tiramos fotos juntos.
Revista Música, 1979
“Em determinado momento, a cantora fala de uma experiência vivida no Caribe “num lugar onde não vi fome nem raiva”. Evidentemente , refere-se a sua viagem a Cuba, em julho último, quando participou, com um grupo de artistas brasileiros, de um festival de música. A intervenção tem sido criticada como um “comício” desnecessário. Simone, porém, não pensa dessa maneira. “Não houve intenção de fazer doutrinação. Acontece que a experiência de Cuba, realmente, me marcou. Durante o tempo em que estive lá, não vi preconceito social nem racial. E nem o
problema mundial, que é a fome. Por isso, foi importante para mim falar nisso. Não é um comício. É uma fala pequena, sincera. A mesma sinceridade é usada quando canto “Caminhando”. Foi preciso coragem para cantar essa música mas ela é tão linda e Geraldo Vandré tão importante que não vi porque não cantá-la. É necessário cantar gente como Vandré”.
Jornal Folha de São Paulo, 15.12.1979
Revista Veja, 19.12.1979
“A convite de Chico Buarque ela participa de uma caravana de músicos brasileiros que visita Cuba. Voltou deslumbrada com o “socialismo real” da ilha (tão diverso do socialismo libertário que inspira corações generosos e mentes sensíveis desde o século passado…) passando a fazer alusões a ele nas conversas que mantinha com o público durante os shows”.
Revista Música, 1981
“Não entendo e não gosto de política. Tenho uma certa convivência com o Chico, que é uma pessoa que respeito demais, não preciso nem saber pra onde ele vai que eu vou atrás, então fui convidada por ele (para ir a Cuba), aceitei imediatamente. Além de todo o fascínio que eu tinha por Cuba, havia também o fascínio de ir através do Chico. Cada vez que eu olho pro Chico dou graças a Deus de viver numa época em que ele vive. Chico Buarque é a pessoa mais importante deste país. Eu votaria nele pra Presidente da República”.
Jornal O Pasquim, 2 a 8 .01. 1981
“Passei uma semana lá. O astral é ótimo. E o que eu vi me deixou bastante feliz. Um lado humano que me pegou, realmente, de não ver ninguém passando fome, todos com assistência médico-hospitalar e escola gratuitas, morando direitinho, sem luxos. E, musicalmente, é uma terra fantástica, que tem um Silvio Rodriguez, um Pablo Milanes. E a salsa tem um ritmo que bate no coração. Além de tudo, Cuba é a cara da Bahia. Uma Bahia que deu certo”.
Revista Manchete, 1983
“Depois ficamos amigos (referindo-se a Chico Buarque). Viajamos juntos. A Marieta, mulher dele, é uma pessoa incrível. Chico proporcionou-me outra grande emoção: cantar em Cuba. Um país sem supérfluos, é verdade, mas sem fome. Todas as crianças bem vestidas e felizes. Quero ver isso aqui. Creio mesmo. É bem verdade que lá não existe o tal jeitinho brasileiro”.
Revista Manchete, 1985
“O especial foi a coisa mais forte que eu já fiz em um tempo tão rápido, diz Simone que gravou tudo em suas semanas com direito a um pulinho em Cuba para cantar “Yolanda”com Pablo Milanês”.
Jornal O Globo, 04.05.1993
EDIÇÕES IMPRESSAS
CURIOSIDADES
Na gravação de ‘Cantare, Cantaras’ cantou com: Maria Conchita Alonso, Celia Cruz e Lissette.
MARAVILHA, a ilha – composta por Chico Buarque e Francis Hime, em 1977 – cantada por Simone, em 2008
Maravilha/ Ilha de luz/ Quero tua cor mulata/ A tua verde mata/ Os teus mares azuis
Maravilha/ Também quero o teu bagaço/ A força do teu braço/ O afago dos teus calos
Quero os teus regalos/ Encharcados de suor
Antilha/ Ilha de amor
Jura que a felicidade/ É mais que uma vontade/ É mais que uma quimera
Ai, eu quero uma lembrança/ Eu quero uma esperança/ A tua primavera
Ai, eu quero um teu pedaço/ Entorna o teu melaço/ Sobre a minha terra